quinta-feira, 3 de junho de 2010

Missão simulada a Marte 'parte' hoje


Seis astronautas da 'Mars500', uma missão internacional com a participação da ESA, vão estar isolados durante 520 dias na sua 'nave'.


São seis homens altamente especializados - em informática e medicina, engenharias e biologia - e tiveram treino para astronautas. Os dois europeus, três russos e um chinês que constituem a tripulação de elite da Mars500, "partem" hoje para uma missão virtual a Marte, que durante os próximo 520 dias os manterá isolados do mundo exterior, em instalações espaciais em terra, em Moscovo, desenhadas para esse propósito. A ideia é "ir" a Marte, passar lá um mês e regressar à Terra em 520 dias e ver como as coisas correm.

Nos primeiros 250 dias decorrerá a viagem até ao Planeta Vermelho. Nos 30 dias seguintes, a tripulação descerá em Marte (com fato espacial e tudo) e depois disso viajará de regresso à Terra. À excepção das condições de imponderabilidade e da exposição às radiações cósmicas, a tripulação vivenciará todas as dificuldades que possam surgir durante uma viagem real, como o isolamento, situações de emergência de saúde e alimentares ou técnicas, e será obrigada a resolvê-las autonomamente. 

Os efeitos do isolamento em cada um dos astronautas e no colectivo da tripulação são uma das questões cujo estudo detalhado permitirá preparar melhor essa futura viagem.

Rui Lopes

terça-feira, 25 de maio de 2010

Modelo mecânico de uma borboleta


Uma equipa de investigadores japoneses conseguiu criar um réplica totalmente funcional da borboleta "rabo de andorinha".

Borboleta «rabo de andorinha»Dos múltiplos tipos de borboletas, as “rabo de andorinha” são as únicas que têm as asas muito mais longas relativamente à sua massa corporal.
Para provar que esta borboleta consegue voar apenas com o batimento das asas, os investigadores construíram um modelo com as mesmas dimensões do animal, tendo copiado a forma distinta das suas asas e as finas membranas e veias que as revestem.

Recorreram a um software de análise de movimento que lhes permitiu acompanhar a capacidade aerodinâmica da borboleta e comprovaram que um simples movimento das asas sem controlo de retorno permite criar um modelo que poderá ser aplicado futuramente em sistemas aerodinâmicos.


Rui Lopes

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Captados sinais de rádio vindos de outra galáxia

Na notícia anteriormente publicada apoiava-se a hipótese de existir vida em outros locais da nossa galáxia. Parece mesmo que os argumentos não ficam pela presença de água... Ou talvez esta seja apenas mais uma coicidência.

A menos de 12 milhões de anos-luz da Via Láctea, um misterioso objecto começou a emitir ondas de rádio, numa forma que era desconhecida até ao momento em todo o Universo.

Os astrónomos questionam-se sobre o que pode estar a causar as estranhas emissões, mas a verdade é que estes sinais não são compatíveis com nenhum dos fenómenos conhecidos.

Segundo os cientistas, a resposta mais plausível terá a ver com a própria galáxia onde se encontra o estranho emissor. A M82 é, de facto, uma starburst galaxy, ou em português, uma galáxia de explosão estelar, na qual a taxa de nascimento de estrelas é muito superior a uma galáxia normal (é 5 vezes mais brilhante do que a Via Láctea).

A estas características insólitas junta-se mais uma também surpreendente: a velocidade aparente do objecto é quatro vezes superior à da luz, ou seja, um milhão e duzentos mil quilómetros por segundo.





O objecto, ainda sem nome, foi descoberto casualmente enquanto a equipa de Muxlow estudava uma explosão estelar na M82, utilizando a rede de radiotelescópios britânica MERLIN. Os cientistas depararam-se com um potente emissor que, ao contrário das supernovas não se apagava lentamente, mas que mudava de intensidade de brilho ao longo de todo o ano, mantendo um espectro constante.


Uma das possibilidades é que se trate de um pequeno microquasar, ou seja, o restante de uma explosão de uma estrela massiva, um pequeno buraco negro ou uma estrela de neutrões de entre dez a vinte massas solares que começa a alimentar-se de uma outra.
Os microquasares emitem ondas de radiofrequência, mas nenhum dos anteriormente observados o faziam com intensidade detectada no M82. Além disto, os microquasares emitem também raios X, o que neste caso não ocorre.


Os estudos e a recolha de dados prosseguem mas por enquanto permanece o mistério.

Marta Ferreira

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Haverá vida na nossa galáxia?

Uma equipa de astrónomos da Universidade de Leicester, no Reino Unido, tem provas conclusivas que os planetas rochosos e aquosos como a Terra são comuns na Via Láctea.

As atmosferas das anãs brancas, constituídas por hidrogénio ou hélio, estão contaminadas com alguns metais e entre eles, os cientistas encontraram restos planetários rochosos, onde se verifica a presença de água.

Se a água está presente em asteróides e na atmosfera das anãs brancas, como se provou, podemos acreditar que formas de vida simples existam na nossa galáxia.
Marta Ferreira

segunda-feira, 12 de abril de 2010

E se estivessemos dentro de um buraco negro de outro universo?


Buraco negro (Cortesia: NASA)
Buraco negro (Cortesia: NASA)
Será possível o nosso universo estar dentro de um buraco negro que se encontra dentro de outro universo muito maior? Alguns, como o físico teórico Nikodem Poplawski, da Universidade do Indiana, acreditam que sim.

O físico da Universidade do Indiana afirma que um buraco branco está ligado a um negro através do que os cientistas chamam ponte de Einstein-Rosen ou wormhole e é, pelo menos hipoteticamente, a inversão temporal de um buraco negro. Pois se o buraco negro é conhecido por sugar matéria, o branco por sua vez cria e expele matéria.




Poplawski desenvolveu a sua teoria, aproveitando os avanços realizados pelos físicos que o antecederam. A Teoria da Relatividade de Einstein afirma que um buraco negro pode formar-se a partir do colapso gravitacional da matéria que atravessa um horizonte de eventos no futuro, e é possível também inverter o processo.

“Tal situação poderia descrever a explosão de um buraco branco: matéria a surgir de um horizonte de eventos do passado, algo muito semelhante a um universo em expansão”, explica o físico norte-americano.

O tempo no espaço

Não há provas da existência dos buracos brancos
Já no passado houve quem sugerisse duas possibilidades acerca dos buracos negros: Uma é que estes representavam uma ligação, um túnel, a dois locais ou tempos no nosso universo. A outra possibilidade explica que ao se formar um buraco negro, forma-se um buraco de verme e consequentemente outro universo paralelo ao nosso.

Segundo a teoria de Poplawski, que naturalmente põe em causa o Big Bang, “o nosso universo poderia ter-se formado dentro de um buraco negro que existe noutro universo”.

Rui Lopes

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Física à "velocidade da luz" com transmissão em directo


O Grande Colisador de Hadrões (LHC, na sigla em inglês) do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) iniciou as colisões entre feixes de protões – 20 milhões de vezes por segundo e a uma energia de sete Teraelectrões-volt (TeV), sendo este um novo recorde.

A ideia é que esta experiência ajude a lançar luz sobre as origens do universo, além de responder a importantes questões da Física. As colisões representam uma nova era na ciência para os investigadores que trabalham no LHC.

A colisão entre dois feixes de protões que circulam nos dois sentidos permite que estes, ao embater, libertem partículas mais pequenas, muitas das quais os cientistas apenas suspeitam que existem. O LHC realiza as colisões de feixes de protões como parte de uma ambiciosa experiência que busca revelar detalhes sobre micropartículas e microforças teóricas.

Os investigadores, na sala de controlo do CERN aplaudiram quando as primeiras colisões bem-sucedidas ocorreram. A experiência foi tentada em Setembro de 2008, mas um mau funcionamento técnico obrigou à sua interrupção. “Este é um ano tão bom para o vinho como para a física de partículas”, disse o speaker, já que o procedimento foi celebrado com champagne.

Os investigadores também esperam analisar, em escala mínima, o que ocorreu nos segundos após o Big Bang, o momento de criação do universo, há 14 mil milhões de anos. Fabiola Gianotti, física italiana a cargo da experiência ATLAS com o LHC, no CERN, referiu que com o Grande Colisador de Hadrões poderá “descobrir-se a essência de toda a procura”.


Rui Lopes

domingo, 14 de março de 2010

Estudo apoia Teoria da Relatividade

Em primeiro lugar: O que é a Teoria da Relatividade?



A teoria da relatividade de Einstein, publicada em 1916, propunha que a gravidade funcionasse em grandes escalas porque a matéria distorce o padrão do tempo e do espaço. É esta noção que tem sido utilizada sucessivamente para explicar, por exemplo, as pequenas alterações de órbita de Mercúrio em torno do Sol, que a teoria da gravidade de Newton não conseguia explicar.

Com base na teoria da relatividade, os cientistas acreditam que a matéria negra existe porque os mesmos objectos cósmicos comportam-se como se tivessem mais massa do que podemos observar.

Uma equipa descobriu que as galáxias, localizadas a mais de 3.5 mil milhões de anos-luz da Terra, são agrupadas precisamente do mesmo modo que a teoria da relatividade pressupunha.

“A partir das posições das galáxias, podemos afirmar o modo como estão agrupadas. Isto dá-nos informações sobre como actua a gravidade, porque o que a gravidade faz é pôr os objectos juntos”, afirmou Reinabelle Reys, da Universidade de Princeton.

Ao combinar as medidas de aglomeração das galáxias com outras propriedades tais como os movimentos de umas em relação às outras e a forma como se relacionam com a luz, a equipa norte-americana calcularam o EG − a quantidade física usada quando se observa objectos em que são esperadas interacções.

A relatividade geral prevê que o EG seja de 0.4. O EG medido neste estudo era de 0.39. 

Marta Ferreira

sexta-feira, 5 de março de 2010

Sonda descobre 40 crateras com gelo na Lua



Radar da 'Chandrayaan' encontra água na forma sólida no Pólo Norte do satélite da Terra.

O Pólo Norte da Lua está crivado de crateras e estas estão cheias de água gelada. De acordo com os últimos dados recolhidos pelo radar Mini-SAR da NASA, a bordo da sonda indiana Chandrayaan--1, poderão existir ali cerca de 600 milhões de toneladas cúbicas de gelo, quase todo feito de água pura.

"A imagem que emerge das medições realizadas por diferentes missões lunares mostra que há ali água a gerar-se, mas também existe migração, deposição e retenção de água", explicou Paul Spudis, investigador do Mini- -SAR, no Lunar and Planetary Institute, em Houston, nos EUA.

A observação pela sonda indiana permitiu identificar mais de 40 crateras, cujo diâmetro varia entre dois quilómetros (as mais pequenas) e 15 quilómetros, as maiores. Muitas delas estão sempre na sombra e as temperaturas ali atingidas são muito baixas.

Os investigadores da NASA consideram que aqueles depósitos deverão ter pelo menos dois metros de espessura. E quase tudo é "água pura", como afirmou Paul Spudis, citado pela BBC News.


Rui Lopes

quarta-feira, 3 de março de 2010

Afinal os dias podem não ter diminuído...

Na terça feira, a NASA divulgou uma notícia, com base numa pesquisa do seu investigador Richard Gross, advertindo que a deslocação  de oito centímetros do eixo terrestre aquando do sismo que abalou o Chile resultaria numa rotação mais rápida da Terra, diminuindo a duração dos dias em 1,26 micro segundos (0,00126 segundos).

Cientistas alemães desmentiram hoje estes cálculos: “As mudanças no eixo da terra devido a um sismo são tão ínfimas, que não se podem medir, e por isso não são comprováveis”, disse o professor Rainer Kind, do Centro de Pesquisa Geográfica de Potsdam, um dos mais reputados a nível mundial.

O que a NASA descreveu “só seria possível por influência externa, através da queda de um meteorito, por exemplo, mas nesse caso os estragos seriam tão grandes que, comparativamente, a deslocação do eixo terrestre seria insignificante”, alegou.

Marta Ferreira

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Exoplaneta está a ser destruído pela sua estrela


O planeta extra-solar WASP 12b é um gigante gasoso como Júpiter e está na órbita de uma estrela parecida com o Sol, na constelação de Auriga. Mas o WASP 12b tem um problema: está 75 vezes mais perto da sua estrela do que a Terra do Sol, o seu tamanho está a aumentar e a estrela está a destruí-lo.

A descoberta foi feita por uma equipa internacional de astrónomos, liderada por Shu-lin Li, da Universidade de Pequim, que observou estranhas deformações naquele exoplaneta. Essas deformações são marés gigantescas causadas pela proximidade da estrela, que está a destruir o planeta.

Esta é a primeira vez que os cientistas identificam um fenómeno deste tipo, o que constitui uma oportunidade para observar a fase final da vida de um planeta. O estudo foi publicado na Nature.

Rui Lopes

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Vaivém Endeavour aterra sem problemas

 Os seis astronautas da missão STS-130

O vaivém espacial Endeavour aterrou sem problemas ontem à noite, na Florida, (3h20 de segunda feira, em Portugal) após uma missão de duas semanas na Estação Espacial Internacional (ISS).
“Parabéns para esta soberba missão!”, afirmou por rádio o Controlo de missão à tripulação, quando o Endeavour rumava já na pista em direcção ao seu estacionamento. “É bom estar de regresso a casa, foi uma aventura genial”, respondeu o comandante do vaivém, George Zamka.


O mau tempo fez temer um atraso no regresso à Terra, mas a tripulação da missão STS-130 precaveu-se com procedimentos standard tendo em vista uma aterragem iminente, revelou a Nasa.

Lançado a 8 de Fevereiro, o vaivém e os seis astronautas a bordo transportaram para a ISS, a 343 quilómetros de altitude, os módulos Tranquility e Cupola, os dois últimos grandes componentes da estação espacial, concluída a mais de 90 por cento.

Estão apenas previstos mais quatro voos de vaivém, todos dedicados à ISS, antes da reforma dos três da frota no fim deste ano, após três décadas de serviço.

Rui Lopes

domingo, 21 de fevereiro de 2010

LHC retorna o funcionamento

O LHC (Large Hadron Collider ) é um acelerador de partículas localizado no CERN, em Genebra. Foi inaugurado em Setembro de 2008 e tem um perímetro circular de 27 kms.Durante os meses mais frios, Dezembro e Janeiro, o LHC foi parado por questões energéticas e técnicas, sendo que no dia 25 de Fevereiro voltará a entrar em funcionamento.

Este acelerador de partículas é o maior do mundo e tem como objectivo desvendar alguns dos principais mistérios da Física, como por exemplo a origem do Universo e existência do Bosão de Higgs. O Bosão de Higgs é uma particula elementar, hipotética, cuja existência permitiria compreender a origem da massa das restantes partículas elementares.

Para já foram atingidos alguns records de velocidade mas as grandes questões pelas quais foi construído continuam ainda sem resposta.
Esperamos por notícias!


Marta Ferreira


terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O que é uma aurora boreal?

Aurora Boreal
Esta pergunta impõe-se a propósito da notícia anterior. Em que consistirá afinal este fenómeno natural, tão raro e espectacular? Vamos tentar percebê-lo de uma forma simples.

A aurora boreal é um fenómeno óptico que ocorre nas zonas polares dos planetas e pode ser visualizada, no período da noite ou ao final da tarde, a olho nu. Ocorre apenas em planetas que possuam atmosfera.

Este fenómeno é provocado pelas partículas dos ventos solares, eletricamente carregadas, quando atingem a camada superior da atmosfera (ionosfera, no caso da Terra). Ao atingir a atmosfera, estas partículas penetram no campo magnético do planeta, mais intenso nas regiões polares, e são desviadas para a trajectória deste (helicoidal).

Ao ser desviadas, estas partículas são também aceleradas, o que permite que colidam e excitem, em grande proporção, as partículas desta camada atmosférica, o que proporciona a visualização deste fenómeno.

Esta excitação de partículas resulta na emissão de luz, cuja tonalidade varia de acordo com a natureza das partículas atmosféricas atingidas.
Assim, e no caso da terra, onde estes elementos no estado gasoso são mais frequentes, quando excitados átomos de oxigénio, há emissão de luz verde, mais frequentemente, ou próxima do vermelho (consultar espectro electromagnético); e quando excitado átomos de azoto, há emissão de luz vermelha.


Marta Ferreira

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Hubble regista auroras de Saturno


O telescópio espacial Hubble conseguiu filmar as auroras de Saturno.
Entre Janeiro e Março de 2009 os cientistas tiveram oportunidade de ver ambos os pólos deste planeta, pois os seus anéis encontravam-se perpendiculares à Terra. Nesta altura, o planeta estava também próximo do seu equinócio. Por isso, ambos os pólos foram directamente iluminados pela luz do sol.

Os astrónomos poderam assim obter uma série de imagens em que se pode estudar o comportamento dos dois pólos ao mesmo tempo. O vídeo agora divulgado foi elaborado a partir dos dados e das imagens recolhidas durante vários dias.

À primeira vista, as auroras do norte e do sul parecem ser simétricas, mas uma análise mais pormenorizada permitiu aos investigadores descobrir uma série de diferenças que revelam informação relevante sobre o campo magnético deste planeta.

A aurora do pólo norte é mais pequena e intensa do que a do sul. Isto revela que o campo magnético não se distribui de forma regular por todo o planeta.

Rui Lopes

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Físicos conseguem projectar luz através de materiais opacos

Alguns objectos opacos podem ser levemente translúcidosSegundo um estudo publicado na revista «New Scientist»“ não se trata exactamente de uma visão raio-X, mas foi descoberta uma maneira de transmitir imagens simples através de objectos opacos, utilizando luz comum”. O físico Sylvain Gigan, e a sua equipa, da École Supérieure de Physique et de Chimie Industrielles, em Paris (França), usaram este método para projectar uma imagem através de um vidro coberto de tinta grossa.

Os investigadores explicam que embora consideremos alguns objectos opacos, na verdade, estes podem ser levemente translúcidos – o que significa que alguma luz consegue passar. Um tipo de projecção semelhante já tinha sido utilizado no filme«Superman - O Retorno» para simular a visão raio-X – físicos já transmitiam imagens simples através de objectos opacos.

A equipa francesa conseguiu reconstruir uma imagem da luz, por engenharia inversa ou revertida, através de um processo de“espalhamento” – em que a mesma onda de luz se espalha da mesma forma. A maneira como um objecto particular dispersa luz é conhecida como a sua matriz de transmissão. "Se a [camada de tinta] é um labirinto para a luz, então poderemos considerar a matriz de transmissão como o seu mapa", diz Gigan.

Os investigadores calcularam a matriz de transmissão para o deslizamento através de um vidro pintado atingindo-o com um raio laser fraco, mais de mil vezes, mudando a forma do raio a cada vez. Para isso, foi utilizado um modulador de luz espacial – aparelho cujo funcionamento é semelhante ao de um projector de vídeo.

Reconstrução

Já uma experiência levada a cabo em 2007, permitia redireccionar a luz através de cascas de ovo e dentes humanos, demonstrando assim que existia esta possibilidade. Se uma simples imagem era então projectada, olhando para o outro lado de um vidro pintado poderíamos ver somente um brilho uniforme, mas a equipa utilizou conhecimentos sobre a matriz de transmissão para descodificar os vestígios fracos que alcançaram a câmara digital e reconstruíram a imagem.

"Uma vez que a matriz é conhecida, reconstruir a imagem é muito rápido", conclui Gigan. No entanto, será necessário algum tempo antes que a técnica seja utilizada para transmitir e reconstruir qualquer imagem realmente interessante.


Sara Esteves

sábado, 30 de janeiro de 2010

Cientistas detectam maior buraco negro descoberto até hoje

O Very Large Telescope, telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO), detectou o buraco negro estelar mais distante e mais maciço (com uma massa quinze vezes maior à do Sol) descoberto até hoje. Além disso, o objecto encontra-se em interacção com uma estrela que, em pouco tempo, irá dar origem, também ela, a um buraco negro.

Este buraco negro  encontra-se numa galáxia espiral chamada NGC 300, situada a seis milhões anos-luz de distância. “Este é o buraco negro estelar mais distante descoberto até hoje para o qual foi possível calcular a massa. É também o primeiro que observamos fora da nossa vizinhança galáctica, o Grupo Local", diz Paul Crowther, professor de Astrofísica na Universidade de Sheffield e primeiro autor do artigo.


O buraco negro tem uma “companheira”, uma estrela Wolf-Rayet, também com uma massa  20 vezes superior à do Sol. As estrelas Wolf-Rayet encontram-se no final das suas vidas e expelem a maior parte das suas camadas exteriores para o meio interestelar antes de explodirem sob a forma de supernovas, altura em que os seus núcleos implodem dando origem a buracos negros.

As novas observações obtidas pelo instrumento FORS2, montado no Very Large Telescope do ESO,  mostram que o buraco negro e a estrela Wolf-Rayet andam em volta um do outro com uma periocidade de 32 horas. Os astrónomos descobriram igualmente que o buraco negro se encontra a arrancar matéria da estrela à medida que os dois objectos orbitam em torno um do outro.

Rui Lopes

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Chips colectores de energia podem alimentar Pacemakers, telemóveis

Filmes de borracha geradores de energia desenvolvidos por engenheiros da Universidade de Princeton podem aproveitar os movimentos naturais do corpo para alimentar dispositivos electrónicos.

O material, composto por nanofitas de cerâmica incorporadas em folhas de silicone, gera electricidade quando flexionado e é altamente eficiente na conversão de energia mecânica em energia eléctrica.

"Quando posicionadas contra os pulmões, folhas deste material podem aproveitar os movimentos respiratórios para alimentar pacemakers, suprindo a necessidade actual de substituição cirúrgica de baterias que alimentam estes dispositivos." afirma Michael McAlpine, professor de Engenharia Mecânica e Aeroespacial, que liderou o projecto.

São inúmeras as aplicações deste dispositivo. Além de produzir energia observou-se que ao aplicar uma carga eléctrica, as folhas do chip flexionam, o que pode vir a demonstrar-se importante em futuros dispositivos cirúrgicos.

Rui Lopes

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Lançamento do «Solar Dynamics Observatory»

No dia 9 de Fereveriro, a NASA vai lançar para o espaço uma sonda que irá estudar de forma aprofundada o comportamento do Sol. Chama-se «Solar Dynamics Observatory»(SDO).



Esta missão tem como objectivo perceber a influência do Sol no nosso planeta, nomeadamente na atmosfera terrestre.
Para tal, é essencial responder a duas questões:

-Como é que o campo magnético do sol é gerado e estruturado?

-Como é que a energia magnética acumulada é convertida e libertada para a heliosfera para o geoespaço em forma de ventos solares, partículas de energia e variações na radiação? 

Esperamos pelas respostas!


Marta

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

NASA mostra novas fotos de Marte





A câmara HiRISE (The High Resolution Imaging Science Experiment) da NASA começou a fotografar Marte em Março de 2006 e agora mostra as primeiras imagens do planeta a três dimensões, a cores e com alta resolução.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Como funcionam os filmes 3D?


Os filmes como Avatar enganam o cérebro, dando três dimensões a imagens projectadas numa tela plana de cinema.

Numa situação normal, se olhar para um objecto próximo de si e fechar os olhos esquerdo e direito, à vez, verá que cada um tem uma visão um pouco diferente da imagem projectada. O olho esquerdo vê um pouco mais do lado esquerdo do objecto, e seu olho direito, vê um pouco mais do seu lado direito. O cérebro funde as duas imagens, o que lhe permite ver em três dimensões. Isso é conhecido como visão estereoscópica.

Para criar um efeito semelhante, filmes em 3D são gravados usando duas lentes colocadas lado a lado, assim como olhos (ou produzindo imagens geradas por computador para reproduzir o mesmo efeito).

Mas no cinema, os dois rolos de película são projectados através de diferentes filtros polarizados. Assim, imagens destinadas para os "olhos esquerdos" dos espectadores estão polarizadas no plano horizontal, enquanto as imagens destinadas a seus "olhos direitos" estão polarizadas no plano vertical.

Os óculos usados nos filmes 3D possuem os mesmos filtros polarizadores para separar novamente as duas imagens, dando a cada olho uma perspectiva ligeiramente diferente e enganando o cérebro.
Desta forma, vemos o filme como se estivessemos no local da cena.



*O que é a luz polarizada?
Uma onda de luz polarizada vibra em apenas um plano. A luz emitida pelo sol não é polarizada, ou seja, ele é composta por ondas de radiação que vibram em planos diferentes. 


Marta

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Eclipse de 15 de Janeiro


Zonas do planeta em que o eclipse foi visível (a vermelho)

Um eclipse solar parcial reduziu o Sol a um anel resplandecente e foi visto por habitantes de algumas regiões de África e da América.

Este foi o mais longo eclispe do século, até hoje, e só ocorrerá novamente daqui a 1000 anos.
Um eclipse parcial ocorre quando a Lua oculta parcialemnte o Sol deixando, assim, um anel que reluz em torno do disco lunar.

Porém, a observação directa deste tipo de fenómenos acarreta graves riscos para os olhos, riscos esses que podem ser evitados utilizando óculos protectores, que filtram parte do leque de radiações emitidas.

Marta

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Electricidade Wireless

A lâmpada acende quando a energia flui (amarelo), <br> induzida pelo campo magnético (azul)O fim dos cabos está cada vez mais próximo. Primeiro, o telefone e a internet sem fios e agora o televisor e não só. Uma inovadora tecnologia foi criada pela WiTricity Corporation e depende de uma teoria experimental desenvolvida em torno do método de transferência de energia via magnetismo. Entretanto, uma empresa chinesa já aposta em equipamentos que dependam deste novo engenho.

A WiTricity Corporation foi fundada em 2007 para comercializar esta nova tecnologia, inventada dois anos antes no Massachusetts Institute of Technology (MIT).
O método inovador – em que campos magnéticos de dois dispositivos adequadamente projectados com frequências de ressonância podem ser combinadas num único campo magnético contínuo – foi validado em 2007 por uma equipa de físicos, liderada por Marin Soljačić, investigador do Laboratório de Electrónica do MIT.

O fenómeno possibilita a troca de energia de um dispositivo para outro com grande eficiência e a uma determinada distância. A transferência é feita via magnetismo e evita potenciais perigos a nível de segurança e ineficiências frequentemente associadas à energia electromagnética.

A equipa de Soljačić fez uma demonstração de transferência sem fio e verificou-se que é possível iluminar uma lâmpada de 60 watt a partir de uma fonte de energia localizada a mais de dois metros de distância. O resultado deste estudo foi publicado na Science, um ano depois.


Televisão sem fios (Imagem: WiTricity Corp.)
Tecnologia MIT comercializada

Entretanto, a Haier, um fabricante de electrodomésticos chinês, anunciou recentemente a criação do protótipo de um televisor de 81 centímetros, sem fios.

A fonte de alimentação assemelha-se a um enorme rectângulo afixado numa parede – podendo ser confundida com um quadro.

A tecnologia traz melhorias de som e imagem com alta definição e ainda ligação à internet. Segundo a empresa, o sinal pode ser propagado sem perdas até 30 metros, através de paredes e tectos. Contudo, a data de comercialização ainda não está definida.

Rui Lopes

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Simulação Quântica de uma partícula relativista

Investigadores do Instituto de Óptica Quântica e Informação Quântica (IQOQI) em Innsbruck, na Áustria, utilizaram um ião de cálcio para estimular uma partícula quântica relativista, demonstrando um fenómeno que nunca tinha sido observado antes: o Zitterbewegung. Os resultados desta observação foram publicados na mais recente edição da revista Nature.

Na década de 1920, a mecânica quântica já tinha sido estabelecida e, em 1928, o físico britânico Paul Dirac mostrou que esta teoria se podia unir a uma teoria relativista de Albert Einstein. A equação de Dirac é na verdade a base para inumeras ideias inovadoras, como por exemplo, a previsão de que cada partícula tem uma anti-partícula (anti-matéria).

Em 1930, como resultado da análise da equação de Dirac, Erwin Schrödinger postulou a existência de um movimento denominado Zitterbewegung: uma espécie de movimento flutuante de uma partícula relativista.

Actualmente, é possível a realização de simulações quânticas. Sendo assim, os físicos da IQOQI isolaram e arrefeceram um ião de calcio e, neste estado bem definido, um laser sobrepôs o estado da partícula e o estado da partícula relativista a ser simulado.


" Este sistema quântico foi ajustado para se comportar como uma partícula quântica relativista livre que segue as leis da equação de Dirac" explica Rene Gerritsma, o principal autor do trabalho publicado na Nature. "Conseguimos também,  através de medições, observar o efeito de Zitterbewegung e determinar a probabilidade da distribuição de uma particula" (Gerritsma).

Devido ao nível extremamente elevado de controlo sobre a física de partículas, os cientistas foram ainda capazes de modificar a massa de um objecto simulando anti-matéria.

Rui Lopes

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Norma de segurança controversa

Os aeroportos britânicos adquiriram, este mês, novos scanners de vigilância com vista a melhorar a sua segurança, ajudando no combate ao terrorismo. Esta medida surge depois de um nigeriano ter sido acusado de tentar explodir um avião de passageiros que seguia para os Estados Unidos.

Apelidados de "striptease surveillance", estes scanners funcionam como um raio X, permitindo analisar um determinado indivíduo que passe à sua frente, mostrando uma silhueta muito detalhada do seu corpo, como se este estivesse sem roupas.

A medida de segurança é infalível, porém suscita grande polémica. A própria Comissão Europeia já se pronunciou sobre o assunto e sublinha que irá averiguar os efeitos das radiações na saúde das pessoas - estas penetram, até uns centímetros, na pele da pessoa - e até que ponto é que invade as questões de privacidade de cada um. O scanner de vigilância corporal também preocupa igualmente por poder ser associado à pornografia infantil.

O aeroporto de Heathrow, em Londres, será o primeiro a recebê-los. A Alemanha já anunciou que no próximo ano vários aeroportos estarão equipados com esta nova tecnologia. Em Portugal, ainda não se equaciona a possibilidade de colocar scanners de segurança.


Fonte: CienciaHoje

Rui Lopes