sábado, 27 de fevereiro de 2010

Exoplaneta está a ser destruído pela sua estrela


O planeta extra-solar WASP 12b é um gigante gasoso como Júpiter e está na órbita de uma estrela parecida com o Sol, na constelação de Auriga. Mas o WASP 12b tem um problema: está 75 vezes mais perto da sua estrela do que a Terra do Sol, o seu tamanho está a aumentar e a estrela está a destruí-lo.

A descoberta foi feita por uma equipa internacional de astrónomos, liderada por Shu-lin Li, da Universidade de Pequim, que observou estranhas deformações naquele exoplaneta. Essas deformações são marés gigantescas causadas pela proximidade da estrela, que está a destruir o planeta.

Esta é a primeira vez que os cientistas identificam um fenómeno deste tipo, o que constitui uma oportunidade para observar a fase final da vida de um planeta. O estudo foi publicado na Nature.

Rui Lopes

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Vaivém Endeavour aterra sem problemas

 Os seis astronautas da missão STS-130

O vaivém espacial Endeavour aterrou sem problemas ontem à noite, na Florida, (3h20 de segunda feira, em Portugal) após uma missão de duas semanas na Estação Espacial Internacional (ISS).
“Parabéns para esta soberba missão!”, afirmou por rádio o Controlo de missão à tripulação, quando o Endeavour rumava já na pista em direcção ao seu estacionamento. “É bom estar de regresso a casa, foi uma aventura genial”, respondeu o comandante do vaivém, George Zamka.


O mau tempo fez temer um atraso no regresso à Terra, mas a tripulação da missão STS-130 precaveu-se com procedimentos standard tendo em vista uma aterragem iminente, revelou a Nasa.

Lançado a 8 de Fevereiro, o vaivém e os seis astronautas a bordo transportaram para a ISS, a 343 quilómetros de altitude, os módulos Tranquility e Cupola, os dois últimos grandes componentes da estação espacial, concluída a mais de 90 por cento.

Estão apenas previstos mais quatro voos de vaivém, todos dedicados à ISS, antes da reforma dos três da frota no fim deste ano, após três décadas de serviço.

Rui Lopes

domingo, 21 de fevereiro de 2010

LHC retorna o funcionamento

O LHC (Large Hadron Collider ) é um acelerador de partículas localizado no CERN, em Genebra. Foi inaugurado em Setembro de 2008 e tem um perímetro circular de 27 kms.Durante os meses mais frios, Dezembro e Janeiro, o LHC foi parado por questões energéticas e técnicas, sendo que no dia 25 de Fevereiro voltará a entrar em funcionamento.

Este acelerador de partículas é o maior do mundo e tem como objectivo desvendar alguns dos principais mistérios da Física, como por exemplo a origem do Universo e existência do Bosão de Higgs. O Bosão de Higgs é uma particula elementar, hipotética, cuja existência permitiria compreender a origem da massa das restantes partículas elementares.

Para já foram atingidos alguns records de velocidade mas as grandes questões pelas quais foi construído continuam ainda sem resposta.
Esperamos por notícias!


Marta Ferreira


terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O que é uma aurora boreal?

Aurora Boreal
Esta pergunta impõe-se a propósito da notícia anterior. Em que consistirá afinal este fenómeno natural, tão raro e espectacular? Vamos tentar percebê-lo de uma forma simples.

A aurora boreal é um fenómeno óptico que ocorre nas zonas polares dos planetas e pode ser visualizada, no período da noite ou ao final da tarde, a olho nu. Ocorre apenas em planetas que possuam atmosfera.

Este fenómeno é provocado pelas partículas dos ventos solares, eletricamente carregadas, quando atingem a camada superior da atmosfera (ionosfera, no caso da Terra). Ao atingir a atmosfera, estas partículas penetram no campo magnético do planeta, mais intenso nas regiões polares, e são desviadas para a trajectória deste (helicoidal).

Ao ser desviadas, estas partículas são também aceleradas, o que permite que colidam e excitem, em grande proporção, as partículas desta camada atmosférica, o que proporciona a visualização deste fenómeno.

Esta excitação de partículas resulta na emissão de luz, cuja tonalidade varia de acordo com a natureza das partículas atmosféricas atingidas.
Assim, e no caso da terra, onde estes elementos no estado gasoso são mais frequentes, quando excitados átomos de oxigénio, há emissão de luz verde, mais frequentemente, ou próxima do vermelho (consultar espectro electromagnético); e quando excitado átomos de azoto, há emissão de luz vermelha.


Marta Ferreira

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Hubble regista auroras de Saturno


O telescópio espacial Hubble conseguiu filmar as auroras de Saturno.
Entre Janeiro e Março de 2009 os cientistas tiveram oportunidade de ver ambos os pólos deste planeta, pois os seus anéis encontravam-se perpendiculares à Terra. Nesta altura, o planeta estava também próximo do seu equinócio. Por isso, ambos os pólos foram directamente iluminados pela luz do sol.

Os astrónomos poderam assim obter uma série de imagens em que se pode estudar o comportamento dos dois pólos ao mesmo tempo. O vídeo agora divulgado foi elaborado a partir dos dados e das imagens recolhidas durante vários dias.

À primeira vista, as auroras do norte e do sul parecem ser simétricas, mas uma análise mais pormenorizada permitiu aos investigadores descobrir uma série de diferenças que revelam informação relevante sobre o campo magnético deste planeta.

A aurora do pólo norte é mais pequena e intensa do que a do sul. Isto revela que o campo magnético não se distribui de forma regular por todo o planeta.

Rui Lopes

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Físicos conseguem projectar luz através de materiais opacos

Alguns objectos opacos podem ser levemente translúcidosSegundo um estudo publicado na revista «New Scientist»“ não se trata exactamente de uma visão raio-X, mas foi descoberta uma maneira de transmitir imagens simples através de objectos opacos, utilizando luz comum”. O físico Sylvain Gigan, e a sua equipa, da École Supérieure de Physique et de Chimie Industrielles, em Paris (França), usaram este método para projectar uma imagem através de um vidro coberto de tinta grossa.

Os investigadores explicam que embora consideremos alguns objectos opacos, na verdade, estes podem ser levemente translúcidos – o que significa que alguma luz consegue passar. Um tipo de projecção semelhante já tinha sido utilizado no filme«Superman - O Retorno» para simular a visão raio-X – físicos já transmitiam imagens simples através de objectos opacos.

A equipa francesa conseguiu reconstruir uma imagem da luz, por engenharia inversa ou revertida, através de um processo de“espalhamento” – em que a mesma onda de luz se espalha da mesma forma. A maneira como um objecto particular dispersa luz é conhecida como a sua matriz de transmissão. "Se a [camada de tinta] é um labirinto para a luz, então poderemos considerar a matriz de transmissão como o seu mapa", diz Gigan.

Os investigadores calcularam a matriz de transmissão para o deslizamento através de um vidro pintado atingindo-o com um raio laser fraco, mais de mil vezes, mudando a forma do raio a cada vez. Para isso, foi utilizado um modulador de luz espacial – aparelho cujo funcionamento é semelhante ao de um projector de vídeo.

Reconstrução

Já uma experiência levada a cabo em 2007, permitia redireccionar a luz através de cascas de ovo e dentes humanos, demonstrando assim que existia esta possibilidade. Se uma simples imagem era então projectada, olhando para o outro lado de um vidro pintado poderíamos ver somente um brilho uniforme, mas a equipa utilizou conhecimentos sobre a matriz de transmissão para descodificar os vestígios fracos que alcançaram a câmara digital e reconstruíram a imagem.

"Uma vez que a matriz é conhecida, reconstruir a imagem é muito rápido", conclui Gigan. No entanto, será necessário algum tempo antes que a técnica seja utilizada para transmitir e reconstruir qualquer imagem realmente interessante.


Sara Esteves